Sim, nós somos vítimas do acaso.
Isso foi o que mais dissemos nesses 48 dias de internação.
Sabíamos que era um quadro delicado, mas impressionava te ver firme, forte e com uma vontade enorme de viver.
As produções não paravam e os próximos escritos já estavam mentalmente documentados.
Foram dias de luta extrema.
Dias em que comemoramos cada passo alcançado e outros em que sofremos por esse tal de acaso.
48 dias de muitas orações, muitos familiares e muitos amigos por perto. Dias de muita fé e esperança.
Foi uma luta incansável, mas o corpo, matéria que não se tem controle, não suportou o peso das intercorrências inesperadas, e foi silenciando lentamente.
Descansa, Geraldo! Vai com Deus.
Vovô e vovó estão te esperando de braços abertos.
Nós ficamos aqui com as lembranças dos sorrisos roubados, das histórias mirabolantes, dos bons exemplos.
Obrigada por tudo, meu tio.
Chegou a tua hora, mas de uma coisa eu tenho certeza:
você não perdeu essa luta, o acaso é que chegou rápido demais.
Cristiana Pereira
(sobrinha e afilhada)
Roberto José Maques Pereira
3 de fevereiro às 07:48
Tem razão, Cristiana, você, sobrinha e afilhada, retratou, em poucas palavras, o que foi a via crucis de Geraldo quando, tomado por uma pneumonia, passou 48 dias na UTI. Ele sempre bravo desejava ardentemente retornar ao Lar, ao convívio com a esposa e filhas. Mas tem razão Ayrton Senna: "quando Deus quer não tem quem não queira". Deus o quis perto Dele; nós, seus familiares e amigos, conformado, aceitamos com fé e crença no Pai celestial a sua ausência na esperança-certeza de que ele ocupará lugar perto ao nosso Pai e de lá contaremos com as suas preces, clamando também pela paz mundial, por justiça social entre os viventes deste nosso planeta.